Grande parte da sociedade sabe que imprensa
manipula informações de acordo com seus interesses comerciais e políticos. Mas,
como acontece essa manipulação? De que forma a imprensa consegue manipular sem
que muitos percebam? Acontece que a imprensa do século XXI tem uma forma muito
peculiar de mostrar sua versão dos fatos. Isso porque a manipulação não costuma
acontecer dentro do texto, mas sim no enfoque dado aos fatos. Destacando certos
fatos e omitindo outros, a imprensa amplia o foco em certas verdades que não
passam de “meias verdades”. Reconstroem a realidade seguindo pautas
pré-estabelecidas onde algumas informações serão privilegiadas e outras
ignoradas. Além disso, em certas ocasiões pontuais a imprensa publica informações
irreais ou fantasiosas, e, apesar de ser rapidamente descobertas na Internet, não
costuma replicar dizendo que errarou (a falta de legislação motiva essa situação).
Mas, no geral, a imprensa manipula enfocando certos fatos e omitindo outros.
Cada meio de comunicação tem um ponto de vista, um enfoque e uma forma de ver a realidade |
O ser humano não é objetivo. Cada pessoa tem
suas preferências políticas, econômicas e sociais. Alguns preferem ajudar
grandes empresas. Outros preferem ajudar os mais pobres. Alguns preferem apoiar
o partido que governa. Outros preferem apoiar a oposição. Tendo isso em mente,
como imaginar uma imprensa totalmente neutra? Como supor que ela deixaria seus
interesses de lado para publicar informações que teoricamente prejudicam ela
mesma? A imprensa afirma neutralidade para conseguir uma credibilidade que não
existiria caso ela afirmasse que apóia um ou outro lado. Ao dizer que é neutra,
a imprensa diz: “não tenho interesses pré-definidos e publico a informação real,
podem acreditar em mim”. Mas com um pouco de observação é possível concluir que
isso não passa de uma técnica que, inclusive, tem nome: teoria dos espelhos.
A neutralidade absoluta é completamente impossível
para um ser humano. Sempre existirão pontos de vista que contam os fatos de
outra forma. E é então que a chamada “pluralidade informativa” mostra seu
verdadeiro valor. Uma sociedade com pluralidade informativa é aquela que conta
com meios de comunicação com diferentes ideologias, pontos de vista e formas de
enfocar os fatos. Abra a página de diferentes jornais e veja se eles se
parecem. Quanto mais parecido o enfoque e o tratamento de diferentes meios de
comunicação, menos pluralidade informativa. No Brasil, os principais jornais diários
têm enfoques bem parecidos. O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de São Paulo
têm formas similares de enfocar os assuntos de atualidade. A Internet quebrou
esse modelo, mas poucos portais conseguem a audiência dos grandes conglomerados
de informação do país, que, hoje, se encontram nas mãos de cinco ou seis famílias.
Por isso se fala em democratização dos meios de
comunicação. Significa criar formas de limitar o oligopólio informativo que
hoje em dia dita a agenda informativa do país. O artigo 220, parágrafo 5, da
Constituição Federal de 88, diz que “§ 5º - Os
meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de
monopólio ou oligopólio.” Mas a atual legislação da imprensa não
estabelece limites de tamanho para um meio de comunicação, por isso existe uma
concentração tão profunda na informação criada no Brasil e por isso as pessoas
costumam ter opiniões similares sobre assuntos de atualidade: são pautados por
uma imprensa que diz sempre o mesmo.
Concentração de informação
significa ter poucos meios de comunicação com grande audiência. É típico do sistema de comunicação criado ou consolidados no século XX. Quanto maior a audiência
de poucos jornais, mais concentração. É só pensar quais são os principais
jornais do país e qual é a porcentagem de audiência de cada um deles para
chegar à conclusão de que o Brasil tem uma produção de informação concentrada. mas a Internet vem quebrando esse modelo.
A chegada da Internet
A rede mundial de computadores revolucionou a
forma de se fazer jornalismo. Hoje, o cidadão normal também produz informação,
pois tem o poder de publicar e compartir o que quiser em redes sociais, blogs,
etc. Essa liberdade permite questionar o modelo vigente, além de fortalecer a
chamada “imprensa alternativa”, que tem uma ideologia diferente daquela dos
grandes meios de comunicação do país. É então que aparecem blogs de esquerda (chamados
de “blogs sujos” por José Serra e afins, que são constantemente atacados em
publicações desses blogs), que hoje contam com uma audiência considerável,
apesar de não se aproximar dos grandes conglomerados informativos. Justamente
por declarar sua ideologia, não contam com a credibilidade dos que se declaram
neutros, e por isso acabam sendo ignorados por pessoas que pensam diferente.
São responsáveis por criar a contra-informação.
Ou seja, publicam verdades que os principais meios de comunicação decidem
omitir. Obviamente omitirão outras verdades, normalmente já publicadas pelos
grandes veículos, mas, no geral, tem sua própria agenda informativa. Alguns
blogs progressistas são “Tijolaço”, “O Cafezinho” (que denunciou a sonegação
fiscal das Organizações Globo), “Viomundo”, entre outros.
Mas, supondo que todos meios de comunicação tem
um enfoque diferente, como chegar a informações próximas da realidade? A
resposta é simples: se informando por diferentes canais. Se cada um mostra sua
versão de um fato, ler diferentes versões dará um ponto de vista mais amplo,
pois cada meio de comunicação destacará ou omitirá certas informações de acordo
com seus interesses. Se um meio omite uma informação porque é bom para ele e
outro omite outra informação pelos mesmos fins, a única forma de conseguir
aceder à maioria de informações reais omitidas é lendo publicações com
diferentes pontos de vista.
Significa que o conservador deve ler Carta
Capital e o progressista deve ler Veja para poder encontrar informações que não
encontraria se só lesse uma dessas revistas. Claro que pontos de vista tão
diferentes causam repulsa. Entretanto não existe outra forma
de conhecer certos fatos que são de interesse público, mas que são ignorados
para dar lugar a informações que são de interesse privado. Esses interesses são os que motivam os grandes jornais a não dar grande destaque temas como a crise de abastecimento de água em São Paulo (os grandes jornais não fizeram reportagens investigativas sobre o tema nem deram manchetes na primeira página) ou o Mensalão Tucano (cuja cobetura é muito questionável quando comparada à do Mensalão Petista). E outros interesses fazem que os blogs progressistas falem bem de Lula e Dilma, ao invés de promover constantes críticas à seu Governo (o que também é papel da imprensa).
O dia que exista no Brasil uma pluralidade
informativa similar à da Europa, nossos grandes meios de comunicação mostrarão
diferentes enfoques de diferentes notícias. Esses interesses estarão sendo defendido nos principais jornais do país. Mas, hoje, como a imprensa tem o monopólio
do discurso massificado, lutará com unhas e dentes contra qualquer tipo de
regularização que limite o tamanho dos conglomerados. Dirão, através de declarações de opositores da ideia, que querem fazer censura. Mas para isso estarão
os blogs progressistas na Internet, que, apesar de ter audiência fiel, mas não massificada, vão combater a informação da Grande
Imprensa oferecendo outros pontos de vista sobre o tema. Esses, por outro lado,
alertarão o leitor de que as civilizações mais avançadas possuem marcos
regulatórios para sua imprensa. Essas normas não afetam conteúdo, mas
determinam aspectos éticos e buscam a democratização dos meios de comunicação
sem afetar a liberdade que cada jornal tem.
Regularizar não significa tirar a liberdade (inclusive
porque as atuais propostas buscam regularizar a mídia de acordo com os princípios
democráticos estabelecidos na Constituição), assim como o Código Penal e o Civil
não tiram liberdades fundamentais dos cidadãos. Mas a imprensa, cujos
interesses privados podem se comprometer com um novo marco regulatório, alegará
que sofre “bullyng” ou que querem instaurar uma Ditadura outra vez. Mas isso não
passa do ponto de vista dela e pode ser entendido com a contra-informação
publicada pelos meios alternativos.
Todas as pessoas tem preferências por um ou
outro ponto de vista. Poucos conseguem considerar diferentes idéias sobre um
mesmo tema, e, considerando que nossa imprensa oferece somente um ponto de
vista (o das classes médias e altas), é necessário buscar informações em outros
lugares para conseguir entender a realidade como ela é. Mídia Ninja (que
representa formalmente o jornalismo cidadão), blogs progressistas, Grande
Imprensa e imprensa alternativa formam basicamente o sistema da informação do
nosso país. Claro que essa é somente a minha visão desse sistema informativo. Que,
por ser só minha, está longe de ser a verdade absoluta. Por isso é preciso
continuar se informando sobre o tema...
Para saber mais:
Página do Facebook que aponta manipulações da Rede Globo e da Folha de S. Paulo
https://www.facebook.com/desmascarandoglobofolha?fref=ts
Plataforma para a regularização da mídia
http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/
Para saber mais:
Página do Facebook que aponta manipulações da Rede Globo e da Folha de S. Paulo
https://www.facebook.com/desmascarandoglobofolha?fref=ts
Plataforma para a regularização da mídia
http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário